COLÔNIA NACIONAL DE ANGELINA: O ATO DA FUNDAÇÃO E INSTALAÇÃO

Logo após ter recebido autorização, o Presidente da Província, Francisco Carlos de Araujo Brusque, mandou que fizessem vários levantamentos para ver onde seria instalada a colônia. A situação urgente a ser resolvida, era no caminho Desterro-Lages. Desta forma, o levantamento foi feito ao longo deste caminho. A preferência do Presidente da província era por aquelas terras situadas na direção do Rio Engano até a entrada de Lages, um pouco acima da colônia Leopoldina. Entretanto, na escolha do local havia alguns critérios: solo fértil, próximo ao mercado regular e acesso facilitado à capital (Desterro). De posse dos levantamentos feitos o Presidente da Província optou pela área entre o Ribeirão Mundéus e o Rio Garcia, nas proximidades da estrada de Lages a Desterro e acima da Colônia de São Pedro de Alcântara.  Escolhido o local, o Presidente da Província solicitou recursos ao Imperador D. Pedro II, para fazer medição e demarcação dos lotes. Estes deveriam ser de 62.500 braças quadradas e serem vendidos a meio real a braça (moeda portuguesa usada no Brasil na época), em prestações, sendo a primeira prestação a partir do segundo ano de estabelecimento. Assim sendo, foi realizada a fundação da Colônia Nacional de Angelina, no decorrer do ano de 1860 (PERARDT, 1990, p.33-36).

 

A Lei de criação foi aprovada em 10 de dezembro do mesmo ano.

O nome da Colônia foi escolhido em homenagem ao Presidente do Conselho de Ministros, denominado Ângelo da Silva Ferraz. O Presidente do Conselho de Ministros, era uma liderança que assessorava D. Pedro II nas questões governamentais. Neste caso, Ângelo Muniz teve influência na liberação dos recursos para financiar a fundação da colônia.

Neste mesmo ano de fundação, houve elaboração de leis que regulamentavam a instalação dos colonos e a administração. É importante destacar que toda esta legislação foi discutida e aprovada na Assembléia Provincial da época.

O primeiro administrador foi o agrimensor Carlos Otthon Schalappal.

Na época havia um local situado numa baixada próxima ao Ribeirão Mundéus, com grande quantidade de água onde os tropeiros descansavam. Este local foi escolhido como sede da colônia.

 

Após as primeiras medições foram estabelecidos os limites da mesma: ao leste com a propriedade de Pedro Waltrich, na Colônia de São Pedro de Alcântara; ao oeste com Taquaras; ao norte passando pelas margens do rio Garcia ia até o lugar denominado Major e, ao sul, seguindo o ribeirão dos Mundéus, até a Colônia Santa Isabel.

Quanto à área, no ato da criação, compreendia 9 milhões de braças quadradas (cerca de 43,5 Km²) e em 1867, devido a maior procura de terras, foi ampliada ao dobro, isto é, 18 milhões de braças quadradas ou 87 km².