CARACTERÍSTICAS ECONÔMICAS

A descrição do contexto econômico da colônia Nacional de Angelina compreende o período de 1861 até 1881. Os dados ou informações, a respeito do assunto, foram obtidos a partir dos relatórios dos diretores da colônia enviados, geralmente, ao presidente da Província. Estes relatórios foram elaborados de uma forma até bastante detalhada. Mesmo porque, pelo que parece, isto era uma das obrigações dos diretores.

Neste período a economia, como era de se esperar, foi basicamente de caráter agrícola. Embora apareçam nos relatórios dados referentes à criação de animais, como por exemplo, suínos, cavalos, muares, gado e galinhas.

 

Entre os produtos agrícolas os mais produzidos eram o milho, a mandioca, o feijão, o arroz, a batata inglesa e o fumo. Porém, chama a atenção o fato de aqui, naquela época, os colonos produzirem também trigo, algodão, café, oliveiras, linho e azeite de mamona. Estes produtos, sabe-se, não são muito próprios para o local, devido a ser o clima um fator adverso, por exemplo, para o algodão e para o café.

Neste sentido, percebeu-se que os colonos fizeram muitas tentativas, durante muitos anos, de produzir aqui estes produtos, apesar da geada ter interferido. Assim, surgiu a suspeita de que, tanto por parte dos diretores como por parte dos colonos, não possuíam estes grandes conhecimentos técnico-agrícolas.

Houve um considerável aumento da produção agrícola e pecuária, conforme iam passando os anos e aumentando a vinda dos colonos.

No território da colônia encontrava-se uma elevada quantidade de pés nativos de erva-mate. Na década de 1860, em função disto foi produzida uma razoável quantidade de erva-mate, a qual era exportada e consumida em forma de chá. Entretanto, a qualidade não era das melhores, perdendo concorrência com outra que era produzida no norte da província, ocasionando um baixo preço. Assim, os colonos, aos poucos, foram deixando a produção.

No ano de 1866, o então diretor da colônia, Carlos Othon Schalappal, reuniu alguns produtos e participou da 2ª Exposição Nacional no Rio de Janeiro, onde foi premiado com menções honrosas pela qualidade dos produtos expostos. Entre eles destacam-se: coleção de cipós (para medicina, na indústria têxtil e de balaios), milho, alho, mel, feijão, amendoim, balaios de taquaras, fumo em corda, erva-mate, farinha de cariman e de mandioca, etc.

 

No setor industrial manufatureiro, destacou-se a produção de açúcar de cana, cachaça, tecido de algodão, farinha de mandioca e de milho. Desta forma, em 1875, por exemplo, havia 7 teares à “fabricar riscado de algodão  e pano da terra”, 21 engenhos de açúcar, 38 de farinha de mandioca, 2 de farinha de milho e 1 alambique. Havia também alfaiates, carpinteiros e sapateiros. Quanto ao comercio, em 1875, por exemplo, encontravam-se “4 casas de negócio” na colônia.

A produção excedente, então, era comercializada por estas casas ou por outras estabelecidas em São Pedro de Alcântara, havendo uma determinada exportação de produtos.

Muito do que era produzido, segundo os referidos relatórios, era consumido na própria colônia. Porém, em vários anos do período do citado, ocorreram importações de determinados produtos.