A EMANCIPAÇÃO DA COLONIA NACIONAL DE ANGELINA

De acordo com PERARDT (1990, p.89), Angelina nasceu como uma colônia republica diferente das colônias particulares, por exemplo, da colônia de Blumenau. Como tal, tem que ser entendida de acordo com os princípios e interesses de povoamento e ocupação de terras devolutas da época, tanto da parte da Província como por parte do Império.

Desta forma, criada como colônia publica de caráter nacional, em 1861, a sua administração devia ser composta por diretores indicados pelos governos Imperiais.  Porém, pelo fato de ter sido sua criação uma iniciativa do então Presidente da Província, Antonio Carlos de Araujo Brusque, os diretores foram indicados pelos respectivos presidentes da Província. Somente a partir de 1874 é que os diretores da colônia seriam indicados diretamente pelo governo imperial.

Em função disto, em 1874, foi estabelecido que na colônia seria instituído o Registro Civil. Isto representava que os colonos poderiam requerer determinados documentos na sede da colônia. Entretanto, a Câmara Municipal de São José, que realizava tal tarefa, não repassou o devido material e registros necessários, ficando a situação como era antes por mais alguns anos.

A emancipação representava uma autonomia administrativa em relação ao governo imperial e provincial. Alem disso, implicava que a que a colônia se integrava de uma forma mais completa ao contexto catarinense.

Assim, a primeira atividade realizada em favor da emancipação, foi à criação de uma sub-delegacia de policia em 1867. Isto foi iniciativa do então diretor da colônia Carlos Othon Schalappal.

Na criação da sub-delegacia de policia foram marcados os limites fronteiriços da colônia, ficando estabelecidos da seguinte forma: - ao leste limitava-se com o Distrito de São Pedro de Alcântara, extremando com os moradores Pedro Waltrich e Adriano Machado da Luz; - ao oeste, limitava-se com os colonos de Santa Isabel no lugar denominado Taquaras; - ao sul, limitava-se com Santa Isabel; - ao norte, com os moradores do Alto Tijucas Grande/Major.

Para esta sub-delegacia, foi nomeado para administrá-la, o colono Joaquim Francisco Silveira, o que não agradou muito ao diretor da colônia, Joaquim José de Souza Corcoroca.

A segunda atividade que favoreceu a emancipação, foi a partir de 1881, quando Angelina deixou de ser considerada colônia de caráter nacional. Esta atividade ocorreu através da publicação do Decreto 8.333, de 3-12-1881, do governador imperial. Este ainda em 1880, por falta de recursos próprios em função de um relativo crescimento das colônias nacionais, decidiu não mais financiá-las, deixando que os governos das províncias e as próprias colônias resolvessem o financiamento e continuidade. Angelina, em decorrência disso, tornou-se definitivamente parte integrante da Província de Santa Catarina e especificamente do município de São José.

Com efeito, deixou de ser colônia de caráter nacional para sempre. Passou a ser uma área igual a qualquer outra, pertencente ao município de São José.

Uma terceira atividade que ajudou Angelina a ficar cada vez mais autônoma, foi através da instalação do Distrito da Paz em 1891, por meio do Decreto nº 40, de 10/01/1891, sendo seu primeiro juiz da paz o Sr Francisco Schustel. Os limites que deveriam abranger o então distrito da paz, continuaram os mesmos da sub-delegacia de policia.

 

A partir de então, Angelina ficou sendo distrito integrante do município de São José, dependente deste em tudo o que se referia aos aspectos políticos, jurídicos e econômicos.

Finalmente em 1961, Angelina tornou-se município, emancipando-se de São José.

 

Então, um século depois da fundação da Colônia Nacional de Angelina (1861), foi criado o município de Angelina, a 7 de dezembro de 1961, conforme lei estadual Nº: 781 e instalado aos  30 dias daquele mês e ano.

Aprovada a lei de criação do município, Angelina passou a ter os seguintes limites:

a)      Com município de Biguaçu, hoje com o município de Antonio Carlos;

b)      Com o município de São José, hoje município de São Pedro de Alcântara;

c)      Com o município de Bom Retiro, hoje município de Alfredo Wagner;

d)      Com o município de Nova Trento, hoje Leoberto Leal;

e)      Com o município de Major Gercino;

f)      Com o município de Águas Mornas;

g)      Com o município de Rancho Queimado.